sábado, julho 22, 2006

A estranha sensação de não cabermos em nossos próprios corpos.

Porque as pessoas pertencem demais umas as outras.
Porque as pessoas têm barreiras demais umas em relação às outras.
Tudo é um arquétipo. Tudo se torna um jogo.
“E se eu falar isso, ela falara aquilo, então ele ira fazer isso e eu vou fazer aquilo.”
Tudo se torna um grande plano de ação e reação.
Nada natural e tudo muito triste.
Ninguém se permite receber ou dar um toque, nem mesmo para um abraço.
Ninguém se olha. Nós não nos observamos.
Todos esses sentimentos, guardados a sete chaves.
Quantos amaram e nunca se declararam. Somente pelo medo da rejeição.
E quão absurdo isso é. Afinal, dane-se o risco da rejeição.
Tudo é uma questão de ser sincero com nos mesmos.
E claro, com aqueles que estão a nossa volta.
De que serve um sentimento se ele não pode ganhar vida?
De que servem os sentimentos guardados até morrerem?
Tantas perguntas que gostaríamos de fazer.
Ou mesmo de responder, mas não a ninguém para nos perguntar.
E assim seguem os dias.
Toda vez que acordamos, ou toda vez que nos deitamos para dormir.
Lá esta ela, aquela sensação de que mais um dia não foi vivido.
As mesmas pessoas, as mesmas falas, as mesmas músicas.
Isso gera desespero. E se a morte chegar amanha?
E se ela chegar daqui a quarenta anos?
Teremos vivido assim, com essa sensação.
A infinita sensação de não cabermos em nossos próprios corpos.
...
...
...

Saturnine