quarta-feira, agosto 23, 2006

O ser e o existir.

“Fechem os olhos, esqueçam seus nomes. Esqueçam o mundo, esqueçam as pessoas. Então ergueremos uma nova morada.” (Jim Morrison)

Como se pode libertar alguém que não tem coragem para levantar-se e proclamar sua própria liberdade? As pessoas declaram que querem ser livres ---- todos afirmam categoricamente que a liberdade é o que mais almejam, e que é o bem mais precioso que alguém pode querer. Mas as pessoas temem a liberdade e conservam cuidadosamente suas próprias correntes. Pela segurança... Mas como podem esperar de outra pessoa a própria liberdade?

Penso que as pessoas resistem à liberdade, por terem medo do desconhecido. E esta é a grande ironia... O desconhecido já foi certa vez bem conhecido. Nossas mentes já o detiveram... A única solução é confrontar o medo. Confronte-se você mesmo; confronte o grande medo imaginário. Depois disso, o medo não terá mais poder e o temor à liberdade se desvanecerá por completo. Existem diversos tipos de liberdade, como também milhares de abordagem sobre o assunto... A espécie mais importante de liberdade é aquela que lhe assegura o direito de ser o que realmente é.

Seu desempenho na realidade sempre se efetua através de um papel a ser representado. Você descarta sua capacidade de sentir e, na verdade, coloca uma máscara. Não se pode efetuar uma revolução em larga escala se não houver uma ao nível pessoal, individual. A revolução tem de eclodir primeiramente dentro... Você pode não abalar uma pessoa tirando sua liberdade política, mas coibindo sua liberdade de sentir, é certo que a destruirá.

Muitas pessoas se privam voluntariamente de sua liberdade, mas outras são forçadas a isso. O aprisionamento inicia-se com o nascimento. A sociedade, os pais, eles coíbem a liberdade que nasceu com você. Existem varias maneiras de punir uma pessoa para podar-lhe a sensibilidade. Você observa pessoas que destruíram sua verdadeira natureza. Você imita o que vê.

Em outras palavras, as pessoas são defensoras e perpetuadoras de uma sociedade que lhes priva de sua liberdade de sentir. Professores, líderes religiosos e até amigos, aqueles chamados “amigos”, levam o pouco que os pais deixaram. Eles nos impõem sentir apenas o que querem e apenas isso esperam de nos. Querem que desempenhemos o tempo todo para eles. Somos como atores (e nunca autores como seria o correto) vagueando por esse mundo como fantasmas...

Uma busca sem fim para recuperarmos a imagem semi-esmaecida de nossa realidade perdida. Quando os outros nos obrigam a ser o que querem que sejamos, forçam-nos a destruir o que na verdade somos. É uma forma sutil de assassinato... Os pais mais adorados e parentes mais próximos cometem este assassinato com sorrisos nos lábios.
A liberdade do “ser/existir” é uma liberdade que não pode ser concedida. Você deve buscá-la por si próprio. Se procurar alguém para fazê-lo (alguém que não seja você), estará ainda dependendo dos outros. Estará ainda vulnerável a estas forças repressivas e malignas por assim dizer.

Mas acredito que seja possível a união das pessoas que almejam a liberdade. A comunhão de suas forças as tornaria muito mais poderosas. Creio que isto é bem viável. Os amigos podem ajudar-se mutuamente. O verdadeiro amigo é aquele que lhe da espaço para que possa ser aquilo que você é (ou melhor, aquilo que você sente). Ou não sente. O amor consiste justamente nisso: Deixar a pessoa ser o que realmente é.
As pessoas crescem atadas a muitas máscaras.

Amam intensamente suas correntes. Esqueceram tudo a respeito daquilo que realmente são. E se você tenta alerta-las, odeiam-no por isso (espero que você esteja pronto para o caso de isso acontecer). Pensam que está assaltando seu tesouro mais precioso. E isto é lamentável e irônico. Porque talvez eles não percebam que você esta tentando mostrar-lhes o caminho da liberdade. Muita gente não sabe o que esta perdendo.

Nossa sociedade supervaloriza o controle, obrigando-nos a ocultar todo tipo de sentimento. Nossa cultura denigre as culturas “primitivas” e se orgulha de suprimir todos os instintos naturais e impulsivos. Você pode imaginar o que eles, os ditos “primitivos” podiam fazer com suas mentes? Desprovidos dos milhões de arquétipos de realidade pré-concebida que nos carregamos? Sim, sem duvida nenhuma eles podiam levar a consciência para vôos infindáveis sem que para isso tivessem que fazer uso de qualquer tipo de narcótico.

Vivemos numa sociedade doente, e apesar de estar enferma, não nos damos conta disso. Nossa sociedade tem muito que aprender a valorizar. E infelizmente a liberdade é um item que está no final da lista.

Mas não no final da lista de todos não é mesmo?

3 Comentário:

Anonymous Anônimo said...

“Liberdade plena é uma utopia”. Somos livres de muitas formas e aprisionados de varias outras, muito desse aprisionamento é criado por nós. O que temos de mais importante é nossa mente, ela é livre e ninguém poder decidir sobre ela, se você entregar isso, você não tem mais nada!

4:52 PM  
Anonymous Anônimo said...

Liberdade sem extremos e usada com moderação, pode ir pra qualquer lugar sem perigo.

"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"

"Se fazeis o que não quereis, sois escravos"

11:20 PM  
Anonymous Anônimo said...

"A corrente que te prende é sua ilusão. A liberdade que você sente é acomodação!"

2:52 PM  

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