terça-feira, agosto 29, 2006

Meus olhos químicos.

Estou aqui sentado.
Neste meu quarto aveludado.
Uma meia luz agracia os meus olhos gázeos.
Existe um perfume exótico nesse ar viciado.
As pernas displicentemente cruzadas.
A mão direita balançando uma garrafa.
Dentro dela um liquido de cor azul.
Um sabor tão forte quanto delicioso.
Eu sinto o meu corpo ficando dormente.
Sendo banhado por esta musica tão etérea.
Um tipo de som que o garoto pônei também adora.
E ali estão as minhas beldades delineadoras.
Tão pálidas e tão... Exageradamente sensuais.
Eu digo: “Beije-a como se fosse eu”.
E ela o faz... As três o fazem...
E o que vem a seguir... É o caos!
Por um momento eu reparo a bandeja prateada que repousa ao meu lado.
Eu a trago até meu rosto...
Aspiro com força... A face adormece.
Mas em pouco segundos todos os sentidos estão em alerta.
Tão aguçados quanto jamais estiveram.
Os sussurros e gemidos chegam até mim como se estivessem nascendo dentro da minha própria cabeça.
Posso sentir as vibrações do ar procurando abrigo em meus poros.
Delicio-me com o cheiro peculiar de cada uma delas e o meu próprio.
A visão registra tudo com cores e texturas tão entesas que me chocam.
Mas a situação que elas criam... Só merece ser contemplada assim... Em seu Maximo!
Porque isso é amor, isso é toque, isso é sexo.
E o que vem a seguir... É indescritível.
Não pode ser relatado, não pode ser descrito em palavras.
Pode apenas ser vivenciado.
Pois é intenso demais. É surreal demais. É verdadeiro demais.
Até mesmo para estes meus olhos químicos.
Até mesmo... Para estes meus olhos químicos.

1 Comentário:

Blogger Pseudoabstrato said...

Belo texto, tão complicado quanto fascinante mas como sempre na medida extrema de sua autoria...

palavras sem nexo com um único significado...

você me entende..

abraço...

5:36 PM  

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